A GENTE NUNCA ACHA QUE UM DIA SERÁ TESTEMUNHA DE UM EPISÓDIO TRISTE DESSE.
Então eu acordo numa manhã chuvosa em SP e decido levar meu sobrinho João, de cinco anos, pela segunda vez na pequena vida dele na praia. Passamos um dia lindo na praia de Itararé, São Vicente, com muito sol, calor, céu azul e água do mar refrescante. O João brincou, correu, cavou buraco na areia, fez castelinho, se perdeu, mas se achou de novo, pintou e bordou... Mas infelizmente, a única coisa que ele conseguiu contar pra mãe dele quando chegou em casa, foi um fato que, infelizmente, nós vimos acontecer à menos de 100 metros de nós. A praia ficando vazia, as pessoas correndo desorientadas, e o pior de tudo, o barulho das balas que a gente via morrer num copo ou numa janela de um dos quiosques que a gente correu pra se esconder. Um tiroteio, em plena praia de Itararé, a principal da cidade de São Vicente, no litoral sul paulista. Férias, quarta-feira, plena luz do dia. O que leva um cidadão da polícia civil, de folga com as filhas na praia, portar sua arma de fogo e, o pior, sacar ela contra a polícia militar que estava ali pra "tentar" dar mais segurança para as pessoas e crianças que aproveitavam um dia de praia. Enquanto esse tipo de gente estiver nessa condição, que segurança nós vamos ter em nossas vidas?
Me perdoe meu querido e pequeno João. Espero que um dia você possa lembrar do lindo dia de praia que nós brincamos muito juntos, e que esqueça pra sempre o dia em que você viu "a puliça correndo 'tirando' em todo mundo".