A VIDA É FEITA DE MOMENTOS... TÔ FAZENDO A MINHA HISTÓRIA!!!



quarta-feira, agosto 22, 2012

Como o mundo inteiro

Um filme com vários sotaques, várias línguas. Eslovaco, inglês, russo, francês, português... Atores também. Elovacos, ingleses, americanos, franceses, brasileiros... Essa é a mistura de 360 (Inglaterra 2011), que além de trazer um elenco globalizado como Jude Law, Anthony Hopkins e os brasileiros Juliano Cazarré e Maria Flor, traz uma história repleta de histórias que se cruzam. A irmã da prostituta eslovaca que foge com o motorista russo, casado com a francesa apaixonada pelo chefe, que participa de uma reunião dos AA com o  inglês que conhece a brasileira no avião, que vai pro motel com o americano que estava preso, depois de ir embora de Londres por que descobriu que o namorado brasileiro saía com a inglesa, casada com o empresário que quase saiu com a prostituta, irmã da que fugiu com o russo.... SENSACIONAL!


O fim do amor romântico

Voltando pra casa na segunda-feira, depois de estar junto da minha família comemorando os aniversários do meu pai e do meu afilhado Rhafa, estava ouvindo na BandNews FM a autora de um livro, que não ouvi seu nome, nem o de seu livro, dizendo que estamos chegando ao fim da era do amor romântico.
O que é o amor romântico?
Bem, segundo o que ela tentava colocar, foi um amor que nasceu no inicio do século passado, quando os filmes de Hollywood estouravam nas telas com essa temática. É um amor onde idealizamos a pessoa amada e sofremos pois nos frustramos por não enxergar nelas aquilo que queríamos que elas fossem, e não realmente o que são. Ok, concordo que somos assim, principalmente nós, os românticos. Mas qual é a proposta daqui pra frente? Casamento-negócio como era nos séculos passados? O pai pagava um dote para o noivo se casar com sua filha, ela reproduzia seus filhos e cuidava da casa e ficava infeliz em casa enquanto ele se aventurava em sexo com mulheres da vida. Creio que essa opção não se enquadra ao padrão feminino atual.
Vivemos em tempos que buscamos nos conhecer cada vez mais interna e intimamente, estamos fadados à esse amor egoísta, individual. Certamente o sofrimento será menor, uma vez que as decepções serão menores, mas como dividir uma vida sendo egoístas???
Estou curioso para ler esse livro, se alguém souber do que se trata por favor, me avise!

segunda-feira, agosto 20, 2012

Éramos Seis

Foi tudo no mínimo engraçado.
Passei a tarde em família, na casa do meu pai, e com uma visita especial: minha prima Laura e sua nova família. Ver a Laurinha é lembrar do meu querido primo Léo, seu irmão que faleceu naquele acidente de carro em 2006 e que até hoje continua sendo um mistério para todos nós, já que ele foi enterrado como um bandido que havia roubado um carro de luxo. O Léo pode ter tido alguns ápices de loucura na sua curta vida, morreu no dia do aniversário de 24 anos, mas estava vivendo um momento diferente em sua vida. Especial. Há pouco de convertera ao budismo e estava feliz com a chegada do primeiro sobrinho, filho da Laurinha, que tinha apenas 3 semanas de vida. E hoje, foi a primeira vez que vi o pequeno Davi, beirando seus 6 aninhos de vida, desde aquele ano trágico. O Davi é uma cópia pequena do meu primo Léo. E passar a tarde com eles me fez lembrar demais de como nos divertíamos naquele tempo da virada do milênio. 
Primeio o "bug do milênio" quando passamos o reveillon de 1999 para 2000 na Avenida Paulista. Lembro até hoje, quando tivemos que mudar os planos já que meu pai desistira de completar a viagem até Bauru e retornou para casa depois de pegar muito congestionamento. O jeito foi pegarmos o metrô e enfrentar a chuva na Avenida Paulista. E lá eu e meu primo nos encontramos com mais quatro amigos: o Duda, o Fábio, o Alê e o João. Nos divertimos, sorrimos, cantamos e dançamos no meio da avenida, enxarcados e curiosos com o que aconteceria com o mundo quando as casas decimais passassem de 99 para 00.
E assim foi, nada aconteceu, nenhuma luz apagou, nem um celular pifou e a vida continuou chegando até os dias de hoje.
Mas ter passado aquela virada de milênio com os melhores amigos que eu já tive foi inesquecível.
E se tornou ainda mais especial, quando, de volta àquele 2006, em duas semanas nossa turma se reduziu à quatro. Duas semanas depois que meu primo fora sepultado, uma nova surpresa: o João havia nos deixado. Não acreditei quando por telefone o Alê me deu a notícia. Ele havia sido encontrado sem vida em seu apartamento nos Jardins, com a porta e a janela do quarto lacrados, nú e em posição fetal. Tirou a própria vida. Por que? Até hoje, mais um mistério que talvez nunca realmente saberemos...
Lembro como fiquei transtornado e indignado peguei o trem e segui até a cidade de Santo André, onde o corpo do João, o mais bonito dos seis, jornalista, estudioso, inteligente, feliz, vibrante... repousava dentro daquele caixão. No seu rosto uma expressão dolorida, doída... Diferente daquele sorriso lindo que sempre habitou seu rosto. Só pude acreditar que aquilo estava acontecendo quando toquei suas mãos e senti o gelado que de nada lembrava o calor que ele exalava quando vivo. Mas o que estava acontecendo? Uma semana antes ele ainda me telefonava pra saber se eu tinha notícias do que tinha acontecido com o acidente que envolvera fatalmente nosso amigo, meu primo. Ele me dizia que a morte era uma coisa que o assombrava demais e de repente ele estava ali, daquele jeito. Aí foi quando o Fábio se aproximou. Nos abraçamos forte e choramos por alguns minutos. Nos olhavamos dentro dos olhos enxercados e tentavamos encontrar as respostas para aquela sequência desagradável de acontecimentos. Há menos de seis anos estavamos ali, os seis juntos na avenida Paulista, cantando, comemorando a nossa juventude, o nosso futuro. E daquele dia restavam ali apenas três de nós: eu, ele e o Alê, que estava em Itapevi e não pode ir ao velório por causa do trabalho. O Duda? Quem sabia do Duda? Fora pra Itália alguns anos antes e a última vez que falamos pelo telefone ele havia acabado de chegar em Madri, na Espanha e nunca mais apareceu, deu sinal de vida. Nem mesmo sua mãe, sua família sabia o que estava acontecendo. Não sabíamos se estava vivo ou morto, e depois de termos perdido o Léo e o João, a angústia aumentou. Éramos seis, e agora seríamos apenas três????
Nossa turma começou comigo e com o Fábio. Depois chegou o Duda e o João. O Alê veio depois e o Léo se juntou à nós por último.
Hoje a saudade aperta quando toca uma música, revivemos um fato, encontramos alguém que pergunta...
O Fábio se tornou um amigo virtual, daqueles que nem mesmo curtimos ou comentamos as coisas que publicamos. O Alê vez ou outra falamos, mas também pelo facebook. O Duda, no final daquele trágico 2006 recebemos a notícia de que ele estava preso por traficar na balada. No começo de 2007 ele voltou para o Brasil, mas depois daquele ano nunca mais o tinha visto.
Hoje, depois de ver o meu primo Léo no seu sobrinho Davi, que se tornou um garoto lindo, alegre e que adora mexirica, fui para uma boate na Zona Oeste, onde alguns amigos dançam e, no caminho, não pude deixar de pensar naquela noite de 31 de dezembro de 1999, quando juntos, nós seis, abraçados esperando para chegar o ano 2000, rezavamos e faziamos vários planos e sonhos para nosso futuro. E, logo na entrada, encontrei o Duda. Do mesmo jeito de sempre, igual, não mudou nada. Um abraço demorado, verdadeiro, daquele que preenche o espaço que ficou no coração. E junto com ele a saudade.
O Léo ainda me visita em meus sonhos. Até hoje não sabemos o que aconteceu naquela noite em que ele completou 24 anos que acabou originando seu óbito, trágicamente. Estava buscando se encontrar na vida, era religioso, não teve orkut, facebook, twitter ou blog. Nunca ouviu falar em iphone e sonhava em ser comissário de bordo. Ía começar um curso na GOL Linhas Aéreas e deve ter ficado horrorizado quando ficou sabendo que naquele dia 30 de setembro, dia do seu último aniversário, uma aeronave da companhia caiu no Mato Grosso depois de ter sido atingida por um jato Legacy matando todos os passageiros à bordo.
O João habita minhas lembranças. Nem mesmo em sonhos o reencontro, mas sempre que vejo algum dos filmes quando Tobey Maguire era o Homem Aranha, lembro com carinho desse amigo tão especial que muito se assemelhava ao ator norte-americano.

Espero que os dois tenham se reencontrado, com muita luz e que tenham se tornado anjos, iluminados que vibram por nós que estamos aqui, sempre com muita saudade!.

Aqui embaixo, nós quatro que ficamos estamos esperando o momento oportuno que a vida nos colocará frente à frente mais uma vez.

No centro: João e Léo Primo. Sentido horário do alto esquerdo: Eu , João e Fábio; Eu e Alê; Eu e Duda, Eu e Alê; João, eu e Alê.