A VIDA É FEITA DE MOMENTOS... TÔ FAZENDO A MINHA HISTÓRIA!!!



sexta-feira, junho 04, 2004

Era uma vez um papagaio: bonito, saudável, muito bem humorado. Arisco em certos momentos. Mas um papagaio feliz, que eu conheci quando era apenas uma criança de 6 anos. Um papagaio que encantava a todos com a sua inteligência. Cantava "Ilariê", "Atirei o Pau no Gato", "Adelaide", "Sabonetinho" quando ía tomar banho. Um papagaio que acompanhou a criação da minha irmã e a minha. Que esteve presente em nossas vidas como um irmão. Até quando nossos pais nos separaram,também teve briga para ver quem ficava com o bichinho. No alto da Serra, quando escapava voava para o topo do mais alto eucalipto. Sua cor bonita, se confundia com o verde das folhas, e passávamos horas a procurá-lo. Aquela dor de perda incomodava, mas ele sempre acabva descendo e nunca nos abandonou. Outra vez, na festa do Tetra em 94, muitos fogos no Jaçanã o assustaram e ele voou até o telhado da vizinha, novamente a agonia, mas não foi tão traumatizante. Nos últimos anos arranjou uma "companheira", mas que fugiu por um descuido da criação. Estava meio triste, apesar de que sempre quando eu, o primeiro a sair de casa, entrava na cozinha lá estava ele me dando "Bom dia". Pedia café, fazia drama e quando eu estava de saída dizia perfeitamente "tchau Léo"... Hoje, entrar naquela cozinha e não ver o puleiro pendurado doeu. Ontem, chegar da natação e descer na lavanderia pra estender a toalha e a sunga e ver a gaiola, com uma trouxinha enrolada dentro doeu mais ainda. Ver o meu "irmãozinho" tendo um fim triste e melancólico, de uma forma brutal, mesmo não sendo intencional, mas fruto de uma atitude indelicada, estúpida e desequilibrada do meu pai, seu grande criador, a quem esse papagaio amava de paixão. Amava... mas ainda amamos você, que sempre nos foi companheiro e até nos consolava nas horas mais difíceis. Britto Cacareco, você nunca deixara de cantar dentro do meu coração. Descanse em paz meu lorinho...