Já passa das 5 horas da manhã em São Paulo. Uma chuva grossa cai, com raios que iluminam todo o céu e de leve se sente alguns tremores representando os trovões, que até eles estão silenciosos nessa madrugada. O barulhinho da chuva é delicioso, mas me fez despertar ainda mais de uma noite que está sendo longa. Ainda não consegui pregar o olho. Fico pensando, remoendo muita coisa. A quem estou querendo enganar, afinal de contas? Está tudo tão difícil... A impressão que eu tenho é que estou vivendo sem nenhum sentido. O ano começou sem nenhuma promessa, sem nenhuma expectativa. Estou parado no tempo, nada acontece. Quando consigo olhar pra dentro de mim vejo um buraco muito grande, um vazio de quem partiu e não se importa nem um pouco comigo. Uma mensagem de texto que desejava Feliz 2009 na noite do dia 31. Mas nem pra isso eu fui digno de uma resposta. E eu que cheguei a me sentir especial um dia... Estou mergulhado num grande mar de decepção, cada onda que passa carrega com ela um pouco de dor e de lamentação... Não encontro nenhum entendimento que me faz enxergar em que momento que eu deixei de viver aquilo que me fazia tão feliz. Me falta a sabedoria necessária pra captar o que o Universo está me propondo.
Como enxergar um mundo bem diante do nariz, se às vezes parece faltar o oxigênio, o peito aperta cheio de depressão e uma gota escorre dos meus olhos toda vez que eu lembro o que meu coração não me deixa esquecer.
Minha cabeça tá fraca. Me falta inteligência. Já não encontro mais em mim aquele brilho que me dá a graça de receber de braços abertos mais um dia que Deus me presenteia nessa passagem terrena. Aliás me sinto distante dessa força enorme que é o Criador.
Não consigo finalizar uma prece, nem mesmo as que eu insisto em pedir o que parece não ser para mim.
É dificil esperar por alguém que não quer voltar.
Estou amargo, e não consigo ser aquele Léo matuto que vibrava de energia e alegria nos primeiros meses de um ano que marcou a minha vida.
Estou com vontade de me esconder. Ficar atrás de uma pedra, onde o sol bate durante o dia, mas onde os meus desafetos não possam me enxergar. Nem lembro mais que eles existem...
Hoje em dia, eu tenho sido meu próprio inimigo. O mais terrível de todos que já se opuseram a mim.

Parece que a chuva vai parar agora...