Sempre, desde criança, tive fascinação pela chuva. Os trovões, os raios, e especialmente a água que cai do céu. O balé das gotas e o impacto que elas causam contra o solo. As correntes que vão se formando, a água sagrada que abençoa a nossa terra.
Essa tarde fiquei sentado na varando, observando a tormenta se formar. A sinfonia dos trovões e o arrepiante show de descargas dos raios pela Serra da Cantareira. As nuvens negras e pesadas, o dia virou noite e a água desabou.
Que perfume maravilhoso atingiu minhas narinas combinando água com terra. Queria morrer num dia de chuva, ouvindo o barulho da água regar meu corpo. Mas isso daqui à 80 anos, tudo bem?