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sábado, julho 01, 2017

Invasão

Quantas e quantas vezes ouvimos falar de pessoas que são subtraídas, quando andam distraídas com seus telefones em lugares de grande movimentos, como avenidas e parques ou centros comerciais? Assistimos reportagens, vemos imagens, mas sempre acreditamos que isso nunca vai acontecer com a gente, pois somos vigilantes e espertos o suficiente pra não deixar isso acontecer.

Pois hoje isso aconteceu comigo, exatamente às 0h00 do primeiro dia de julho, em plena Avenida Paulista, quando eu saía de uma montagem para um job da CKZ, estava distraído em meu whatsapp, contemplando a beleza da torre do prédio da Gazeta, quando o meliante em sua bicicleta veio em minha direção, sem que ao menos percebesse e arrancou da minha mão, o meu iPhone e se perdeu por entre os carros da avenida, bem movimentada para aquele horário. Foi tudo tão rápido, que eu só me dei conta do que tinha acontecido quando eu percebi que o cabo que estava conectado ao carregador portátil estava em minha mão, e o aparelho não. Não vi seu rosto, nem mesmo a roupa que ele usava e tão pouco a cor da bicicleta. Entrei no bar "Prainha" na esquina da Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, e pedi para usar o telefone, para avisar alguém que meu telefone havia sido roubado. 
Com a tecnologia de hoje, tudo salvo no iPhone, só consegui me lembrar o número do Fezão e pedi pra ele ligar na Vivo e bloquear a linha, e entrar no Busca iPhone e bloquear o aparelho através do meu Apple ID e senha.

Fui pra casa, mais chateado que revoltado. E quando cheguei e acordei minha mãe, para pedir o telefone dela para fazer os procedimentos, o Fezão através do ineficiente serviço da Vivo ainda não tinha conseguido bloquear a linha e descobrimos que as senhas do meu email, facebook e apple id haviam sido alteradas.
Me senti invadido, humilhado. Trabalho honestamente pra conquistar minhas coisas e criei os meus contatos e minhas redes sociais para meu trabalho e lazer, e vem um otário, infeliz, pobre de carácter que, já não bastasse ter me subtraído um bem material, se acha no direito de me privar das minhas coisas e alterar minhas senhas.
O que me salvou foi, que devido à uma queda o celular estava com a tela de vidro toda quebrada, e com o tempo algumas funções perderam suas habilidades, como o GPS (não funcionava o Waze por exemplo) e a bateria que não durava mais, ou seja, sem estar conectado à uma fonte de energia, o celular durava cerca de 5 minutos antes de desligar completamente, mesmo sinalizando 100% de carga.
Os meliantes tiveram só o tempo de remover o aparelho do Busca iPhone e mudar as senhas que citei a cima, e devem ter sidos surpreendidos com o apagão. Mas, conectaram o aparelho na fonte, pois enquanto fazia o BO online, o Fezão me ligou alertando que havia ligado para o meu número e atendeu uma pessoa se identificando da PM.
Quando liguei, já percebi pela voz de garoto que não era. O marginal ainda tentou fazer que eu dissesse a senha que bloqueava o aparelho, mas viu em minha resistência uma conversa inútil, então me avisou que tinha mudado minhas senhas e excluído a localização do aparelho e ainda foi sarcástico ao dizer que aquele aparelho era estragado e quebrado, e que apesar de ter coisas pessoais que eram importantes para mim, ele já era, que a minha saída era compra o iPhone 7 para que logo ele chegasse nas mãos deles, novamente. E desligou, gargalhando.
Graças à segurança do Google, Facebook e Apple, consegui reativar minhas contas e alterei todas as minhas senhas. Aquele aparelho? Era meu, eu comprei sim, com meu esforço e o meu trabalho, nele continha algumas coisas que, graças à tecnologia do Apple ID, recuperarei quando conectar no meu próximo iPhone, e o backups salvos nas nuvens e no meu computador, farão eu ter de volta tudo o que é meu. Mas esse, infelizmente, continuará sendo um problema que todos nós brasileiros enfrentaremos no nosso dia a dia, nas ruas, avenidas, bares, parques, metrôs, pelo mundo a fora.
Nunca pensei, e continuarei pensando em não fazer justiça com minhas próprias mãos, mas seguirei acreditando num mundo melhor, e na evolução espiritual das pessoas. Tenho uma jornada longa ainda por esse planeta, e continuarei trabalhando para ter as coisas que eu merecer ter, e nunca serei abraçado pelas sombras malignas das trevas que acompanham esses meliantes, condenados à uma vida pobre e ligeira.

GRATIDÃO À DEUS, por minha vida ter saído ilesa.