"... de noite, eu rondo a cidade..."
Cansado, mas feliz. Em paz.
Cansaço físico, não sentimental.
Depois de namorar um pouco ontem a noite eu decidi ir embora a pé. Afinal já era 01:30 da manhã e não tinha mais metrô na Paulista. De lá decidi caminhar até o Payssandú e pegar o ônibus. Foi aí que começou a aventura. Desci a Augusta brincando com as "meninas" que lá ficam. Ri bastante com a mulekada enchendo a cara e descobrindo a vida, achando que são gente. Continuei seguindo até chegar no centrão. Iluminado, policiado, vazio... nem parecia que era o centro da Mega São Paulo. Nas proximidades da praça da República e da Estação da Luz, caminhava assistindo ao balé dos ratos e ratazanas brincando por entre os lixos e bueiros da cidade. Atravessei a Avenida Tiradentes sem pressa e ainda me debrussei no beiral da Ponte das Bandeiras pra ver meu reflexo nas águas sujas do Rio Tietê. A lua era minha companheira e o frio não me atrapalhou. E foi assim que fui cortando a minha cidade até chegar na estação Santana, onde esperei o ônibus pra Vila Albertina. Acabei dormindo no ônibus e acordei no final. Tive que voltar e desci numa praça do Jardim França, tipo de um mirante, onde vi amanhecer esse Sábado de Aleluia, com o sol tímido raiando sobre a Zona Norte. Acabei na padaria Arizona, onde tomei café e esperei por um bom tempo minha mãe aparecer, para enfim chegar no alto da Serra da Cantareira e poder tomar um banho e dormir.
"É sempre lindo andar na cidade de São Paulo..."